Desde setembro de 2017, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu que qualquer mulher que tenha entre 18 e 35 anos, saúde em bom estado e nenhuma alteração genética, pode doar seus óvulos a outra mulher, desde que seja de forma voluntária e sem fins lucrativos.
A medida aumentou a busca de mulheres solidárias a outras que não podem ter filhos com seus próprios óvulos, seja por falência ovariana – quando os ovários já não produzem óvulos – ou pela baixa qualidade dos óvulos obtidos nas punções. Com o aumento de doadoras, as possibilidades aumentam para as ovoreceptoras, ou seja, as mulheres que precisam de óvulos doados para engravidar.
As mulheres possuem cerca de 400 mil óvulos quando menstruam pela primeira vez. Esses óvulos vão sendo perdidos ao longo do tempo, nas ovulações periódicas e por um processo de atresia (que consiste na morte celular antes mesmo de ter ovulado). Diferentemente do homem, que produz novos espermatozoides diariamente, novos óvulos não são produzidos para repor os demais.
A velocidade dessa perda é variável, dependendo de fatores individuais, ambientais e da idade da mulher. Em média, perde-se cerca de 1000 óvulos por mês, de forma que após 400 meses essa população de óvulos se esgota. Isso corresponde a duração aproximada da idade fértil feminina (menacme).
A perda em geral se dá dos melhores para os piores óvulos, que ainda sofrem os danos do envelhecimento. Dessa forma, ao final da vida reprodutiva, têm-se disponível para gerar a gravidez poucos óvulos e, em geral, de baixa qualidade. Chamamos esse estoque de óvulos remanescente de reserva ovariana.
Havia uma resolução do Conselho Federal de Medicina que limitava a idade da mulher em 50 anos para fazer tratamento com óvulos doados. Atualmente não há mais essa restrição, podendo se submeter ao tratamento mulheres de qualquer idade que tenham condições de saúde adequadas para a gravidez.
Antes de iniciar esse procedimento, todos os casais envolvidos devem passar por grande reflexão sobre as consequências do tratamento. Muitas clínicas que realizam esse procedimento recomendam acompanhamento psicológico a fim de evitar traumas e arrependimentos. Procure se informar e esgote suas dúvidas em consultas com profissionais especializados.